Menos Estado e Mais Liberdade O caminho inegociável para a prosperidade no interior

Escrevo estas linhas com a experiência de quem viveu a realidade do campo e a complexidade da gestão pública. Minha história neste Noroeste de Mato Grosso me deu a certeza de uma coisa fundamental a nossa riqueza é fruto do trabalho e da liberdade. Em um estado que ostenta um dos maiores PIBs per capita do Brasil é urgente que nos perguntemos a riqueza que o nosso esforço diário produz está sendo protegida e incentivada pelo poder público ou está sendo retida por ele.

A nossa região é um exemplo vivo e pulsante da força do empreendedorismo e da crença no livre mercado. Nós somos a fronteira do agronegócio a nova área de grãos e a fonte de recursos naturais que abastecem o país e o mundo. O crescimento de Mato Grosso não é um fenômeno acidental. Ele é uma locomotiva nacional e essa locomotiva é puxada por homens e mulheres que assumiram riscos que investiram o próprio capital e que não esperaram pelo governo para fazer a coisa acontecer. Nós produzimos nós geramos a riqueza e não pedimos permissão para prosperar.

Já estive dos dois lados da mesa na condição de produtor rural e na de prefeito e por isso sei exatamente o quão difícil é empreender e prosperar quando o Estado age como um freio de mão. Lembro-me de ouvir diretamente do produtor sobre o peso esmagador da burocracia para conseguir uma simples licença ambiental ou de uso do solo. Lembro-me do comerciante que precisava de agilidade para crescer e contratar, mas esbarrava na morosidade e na ineficiência dos órgãos públicos muitas vezes causada por um emaranhado legal complexo que só causa insegurança jurídica.

Nossa história é de desbravamento e de coragem. Antigamente o grande obstáculo era a mata virgem o isolamento geográfico e a falta de tecnologia. O verdadeiro obstáculo hoje não é mais a natureza e sim a selva de impostos e de regulamentações excessivas que sufoca a iniciativa privada. O empresário quer e precisa de liberdade para gerar mais empregos e o agricultor precisa de infraestrutura e de segurança jurídica não de intervenção estatal desnecessária. O cidadão comum quer apenas trabalhar honestamente e prosperar sem impedimentos.

A boa política a política que realmente serve ao povo não é aquela que distribui migalhas ou que promete o assistencialismo eterno. A boa política é aquela que cria as condições para que cada um produza a sua própria riqueza. A prosperidade da nossa região já é uma realidade irrefutável graças a todos nós que lutamos a cada dia. Mas para que todos colham os frutos desse desenvolvimento e para que a riqueza se espalhe de forma justa precisamos lutar incansavelmente por uma agenda de liberdade e eficiência.

O nosso futuro próspero está diretamente ligado à capacidade do Estado de ser um facilitador e um protetor e não um obstáculo. Nossa luta se concentra em quatro pilares inegociáveis.

1. Desburocratização e Agilidade

Precisamos de menos papelada e de muito mais agilidade para quem quer empreender. O tempo de resposta de um órgão público deve ser compatível com o ritmo da produção no campo. Um processo de licenciamento que demora meses ou anos é um investimento que não se concretiza um emprego que não é gerado e uma safra que fica comprometida. A tecnologia deve ser usada para simplificar e não para complicar a vida do empreendedor. O Estado precisa confiar em quem produz.

2. Incentivo à Agroindústria

Não podemos nos contentar apenas em exportar commodities brutas. É fundamental que trabalhemos para agregar valor à nossa produção aqui em casa. Precisamos de políticas fiscais e de crédito que incentivem a instalação e a expansão da agroindústria no interior. Isso significa gerar empregos de qualidade com melhor remuneração para os nossos jovens e garantir que o lucro da industrialização permaneça circulando dentro da nossa comunidade. É a garantia de um desenvolvimento mais completo e sustentável.

3. Apoio Real ao Pequeno Produtor

O grande agronegócio puxa a locomotiva, mas a agricultura familiar é a base da nossa sociedade e garante a segurança alimentar. Precisamos de políticas específicas onde o pequeno produtor e o agricultor familiar se integrem e prosperem junto com o crescimento geral do setor. Isso passa por assistência técnica eficiente linhas de crédito acessíveis e garantia de escoamento da produção para que ele não fique refém de intermediários. O desenvolvimento só é verdadeiro quando é inclusivo.

4. Segurança Jurídica e Propriedade

Este é o ponto fundamental. Precisamos defender com unhas e dentes o direito sagrado à propriedade. A terra de quem trabalha e produz é sagrada e o governo deve ser seu protetor incondicional não seu inimigo ou um agente de invasões e incertezas. A segurança jurídica é o alicerce para atrair grandes investimentos de longo prazo. Ninguém investe capital ou assume riscos em um ambiente onde as regras mudam a todo instante ou onde a propriedade não é respeitada.

Minha experiência de vida me ensinou que o nosso povo é próspero por natureza e por trabalho. A política deve apenas abrir o caminho. O nosso dever é proteger a liberdade de quem arrisca e garantir que o fruto desse desenvolvimento chegue a cada família. A verdadeira prosperidade só floresce onde há Menos Estado e Mais Liberdade.

Autor: Carlos Sirena