Hoje eu estava aqui no escritório organizando algumas papeladas antigas e analisando documentos e me veio uma reflexão técnica muito forte que eu preciso compartilhar com cada um de vocês. A base de qualquer boa gestão seja ela na prefeitura ou no governo do estado é a fiscalização rígida e intransigente do dinheiro público. Quem me conhece sabe que gosto das coisas certas e transparentes. Nós que vivemos no interior de Mato Grosso sabemos o quanto trabalhamos duro. A nossa região gera uma riqueza imensa. Essa riqueza vem do esforço das empresas locais que abrem suas portas todos os dias vem da força bruta e produtiva do agronegócio e da pecuária que sustentam a balança comercial e vem também do setor de serviços que movimenta as nossas cidades.
Todo esse esforço coletivo e todo o nosso suor se transformam em impostos. É um volume gigantesco de recursos que sai do bolso do produtor e do cidadão do Vale do Arinos e vai para os cofres do estado e da união. A lógica deveria ser simples pois esse imposto tem que voltar para cá em forma de obras de qualidade e com agilidade. Mas infelizmente sabemos que na prática o caminho é longo e muitas vezes tortuoso. Para garantir que esse retorno aconteça de verdade é preciso ter alguém que saiba fiscalizar cada centavo com conhecimento técnico e coragem política.
Muitas pessoas me perguntam qual é a real função de um deputado estadual além de criar leis. Eu digo com toda a convicção que a função mais nobre e importante é a de fiscalizar o executivo. Fiscalizar não é apenas olhar planilhas e apontar erros. Fiscalizar é garantir que a vida do cidadão melhore na ponta. Quando um deputado exerce essa função com seriedade ele está garantindo que o dinheiro que saiu do seu bolso retorne para a frente da sua casa ou para a estrada que você utiliza. É a garantia de que a política pública não ficará apenas no papel ou presa na burocracia dos gabinetes da capital.
Vamos falar da nossa realidade prática aqui em Juara e na região. Fiscalizar significa garantir por exemplo a substituição urgente e duradoura das centenas de pontes de madeira sobre os afluentes da bacia do Juruena e do Arinos. É inadmissível que em uma região tão produtiva e com tanta arrecadação ainda tenhamos que lidar com a incerteza de estruturas precárias que causam isolamento durante as chuvas. A fiscalização exige que o deputado vá lá medir a obra conferir o contrato e cobrar o secretário de estado quando a máquina parar.
O mesmo vale para as nossas rodovias regionais críticas. Olhem a situação da MT 338 conhecida como Estrada da Baiana ou das nossas conexões com os municípios vizinhos. Fiscalizar significa assegurar que a estrada fique trafegável tanto na seca quanto na época da chuvarada. Não adianta passar uma máquina de qualquer jeito ou fazer um asfalto casca de ovo que derrete na primeira chuva. O dinheiro gasto em uma obra malfeita é dinheiro jogado fora e é dinheiro que falta na saúde e na educação. Quando existe uma fiscalização técnica nós garantimos que o asfalto tenha a espessura correta e que a drenagem seja bem-feita para durar anos e não apenas meses.
Isso impacta diretamente a qualidade de vida de todos nós. Uma estrada boa reduz o frete dos produtos que consumimos e aumenta o lucro de quem produz. Mas vai muito além da economia. Estrada segura e bem-feita significa que a ambulância vai conseguir levar um paciente grave até o hospital regional em tempo hábil para salvar uma vida. Cada minuto perdido em um buraco na pista pode ser fatal. Significa que o ônibus escolar vai buscar nossas crianças com segurança sem atolar e sem quebrar no meio do caminho deixando alunos sem aula. É sobre o direito de ir e vir com dignidade.
A presença de um representante que entende essa lógica muda tudo. O interior precisa de pessoas que entendam de suas necessidades profundas e que conheçam essa nossa realidade de poeira e distância. Precisamos de gente que vá trabalhar de verdade captando os recursos necessários para os investimentos, mas que também dedique boa parte do seu tempo fiscalizando para que cada real seja bem gasto. A transparência na aplicação do recurso público é o que gera confiança e desenvolvimento.
Muitas vezes o recurso existe e está disponível no orçamento do estado, mas ele não chega na ponta por falha na execução ou por falta de quem cobre a sua liberação correta. O papel do deputado é ser essa ponte e esse fiscal. É verificar se o remédio chegou na farmácia cidadã se a merenda escolar está adequada e se o policial tem viatura e combustível para fazer a ronda no bairro. Isso é fazer a política pública chegar na ponta.
Eu sempre acreditei que gestão se faz com seriedade e controle. Em Juara provamos que quando se cuida bem do dinheiro ele rende e as coisas acontecem. Agora precisamos levar essa mesma mentalidade para um nível estadual. Precisamos assegurar que o Vale do Arinos receba o respeito que merece não através de favores, mas através do retorno justo e fiscalizado do que nós produzimos.
Apenas assim com investimento maciço em logísticas estradas vicinais de qualidade e serviços públicos eficientes é que faremos a diferença real na vida das pessoas. Não quero ser apenas um despachante de luxo que pede recursos. Quero ser o fiscal do povo que garante que a obra começa e termina com qualidade. O nosso trabalho é garantir que o futuro da nossa região seja construído sobre bases sólidas de concreto e asfalto e não sobre a areia movediça da ineficiência.
Um grande abraço a todos e fiquem com Deus.
Autor: Carlos Sirena
